sexta-feira, 23 de março de 2012

RESTAURANTE MUSICAL "65"- UM OÁSIS EM CATANDUVA




Momentos de inauguração vendo-se :
Darcy Júlio Francischelli, Onélio de Freitas,
Dora Novais Francishelli e convidados.



O casal Giordano Mestrinelli,
 Maria Aparecida Fortes Mestrinelli 
filhas. 

 

Inauguração -  Projeto audacioso 

                        

  NELSON BASSANETTI

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                  Na data de 23.12.1956, a sociedade Catanduvense aguardava na porta,
     a autorização de acesso à abertura dessa importante casa em nossa cidade. Após
     o corte da fita simbólica, os presentes foram convidados a entrar no ambiente e,  
     quando as luzes de “néon” se acenderam, houve um “oh” de admiração, partindo
     uníssono de todos os presentes ao ato inaugural do Restaurante “65”, sito à rua
     Brasil, nº 65 (parte de baixo do  Restaurante A Cabana).  Recepcionando o nosso
     mundo social, lá estavam seus proprietários: Dora Novaes Francischelli, aqui desde  
     1924 e que, juntamente com seu esposo Miguel Francischelli haviam construído em
     1928, o Hotel Líder, seu filho Darcy Júlio Francischelli e sua nora Elba Reny
     Francischelli, gente audaciosa, atrevida, que amaram esta terra e que investiram
     considerável soma dando a Catanduva um novo ponto de encontro, no seu
     restaurante musicado com “american bar”.  Lá também estava, envolto pela magia 
     e policromia do ambiente,nosso artista e decorador  Magino Gomide, cultor do bom
     gosto e criador desse recanto de sonhos. Aí, ao adentrarem os convidados, 
     espocaram os “flashs”, o conjunto musical iniciou seus acordes e logo a seguir,
     entraram  em ação o serviço da festa onde garçons impecáveis, desfilaram com a
     gama saborosa e aí vieram os salgados deliciosos e  abundantes. Depois, canto, 
     música e dança,onde perfilaram  vários artistas Catanduvenses. Primeiro, a voz 
     acariciante de Leila Sayeg, depois o “Trio Guarani”, Zita Nascimento, “Valetes dos
     Ritmos” e  Nilo César, acompanhado  musicalmente pelo conjunto “Vogue”  que por
     volta de meia noite deu o grito de Carnaval e que contou com a participação alegre
     e esfuziante de todos os presentes.
              
               A mais pura emoção

              Há momentos na vida tão intensamente vividos que transcendem o tempo
     e o espaço, dando-nos  uma dimensão nova, deliciosamente nova, que parece 
     fugir à realidade. São momentos únicos que deixam uma marca  indelével na memória.
               Momentos como esses o “65” oferecia. A música cativante, no caso a do filme 
     Casablanca, “As Time Goes By” interpretada por Sam (ator Dooley Wilson) marcou
     o romance vivido por Richard e Ilsa (atores Humphrey Bogart e Ingrid Bergman) em 
     1942. É essa lembrança eterna, intocável, surpreendente e sedutora  que nos remetia 
     a um clima mágico, fazendo pulsar mais forte o coração,  sendo o “65”  o elo que nos
     propiciava esses momentos da mais pura emoção.

               Entretenimento
  
               Foram tantos os artistas e ‘”shows” que existiram que é impossível relatar 
     todos.Vamos a alguns: 
               1) A do músico sax-tenor e sax-soprano  norte-americano Booker Pittman, 
     o maior instrumentista, segundo jornais americanos de sua modalidade, que 
     ficou aqui uma semana,  junto com o banjista Francisco Eduardo. Booker Pittman,
     falecido em 1969, é pai da cantora Eliana Pittman e era da linhagem nobre dos 
     negros norte-americanos. Seu avô foi fundador no Alabama, da “Tuskegee Institute”,
     a primeira Universidade para negros dos Estados Unidos. Após sua morte foi
     homenageado com nome de rua em São Paulo e pelo cantor Tim Maia com a 
     música “Tributo a Booker Pittman”;
               2) O pianista Felix Otto Sachse, que tocou no Cassino da Urca do Rio de  
      Janeiro, ficou aqui um mês,  acompanhado do baterista Luiz; 
               3) Show “Uma noite no Paraíso”, com várias cantoras e modelos da Votorantin 
      e Matarazzo; 
              4) Show de revistas de Mário Mascarenhas e suas lindas garotas;
              5) Apresentação das Orquestras Marajoara, Arley, Hélios Trica, Ruy Rei,
    Conjunto African, Vogue, Amador Longhini,  Abílio Salgado, vários cantores, tenores,
    grupos ou trios de músicos Espanhóis, Argentinos, Paraguaios, Mexicanos e  mímicos, 
    transformistas, pantomimistas, etc.
              Ali se iniciaram flertes, namoros, que culminaram em casamentos.  Era ponto 
     de reunião e de comemoração de várias Entidades e pontuava em todos os 
     movimentos da Cidade. Comemorava datas especiais e fazia baile no “reveillon” 
     e nos Carnavais. Enfim o “65” ficou na memória daqueles que tiveram o privilégio 
     de  freqüentar seu aconchegante  ambiente e desfrutar de momentos mágicos 
     e  inesquecíveis.




 1970 - Tim Maia


"Coroné Antônio Bento"
"Cristina"
"Jurema"
"Padre Cícero"
"Flamengo"
"Você Fingiu"
"Eu Amo Você"
"Primavera (Vai Chuva)"
"Risos"
"Azul da Cor do Mar"
"Cristina #2"
"Tributo à Booker Pittman"

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