Aos 86, Tony Bennett faz apresentação
vigorosa em SP
Crooner foi ovacionado pela plateia,
que lotou casa para vê-lo. No repertório,
clássicos populares como ‘Fly Me To The
Moon’ e ‘For Once In My Life’.

Não há mais cantores como Tony Bennett.
Assistir ao crooner americano, que se apresentou neste sábado na casa
de shows paulistana Via Funchal, é de deixar qualquer um com sentimento
de nostalgia.
Não pelo repertório da apresentação, todo calcado em standards e clássicos
populares, mas porque Bennett é mestre de uma arte quase esquecida: a de
reintrepretar canções de outros artistas.
Não existe, hoje, quem assuma esse ofício tão bem quanto ele, ou como
fez Frank Sinatra um dia.
O cantor fez um show preciso, com cerca de 1h10 de duração e músicas
escolhidas a dedo para divertir e emocionar.
A plateia vibrava a cada clássico reconhecido, como For Once In My Life
(escrita por Ron Miller e Orlando Murden e gravada por Stevie Wonder),
The Way You Look Tonight (composta por Dorothy Fields e Jerome Kern
e popularizada por Fred Astaire no filme Ritmo Louco), I Left My Heart In
San Francisco (escrita por George Cory e Douglass Cross e famosa na
voz de Bennett) ou Fly Me To The Moon (de Bart Howard e eternizada
por Sinatra) – com a qual ele encerrou o show.
E Bennett agradecia, com os braços abertos.
“Que lindo”, disse, sobre o acompanhamento de palmas da plateia.
Sua comunicação com o público também é limitada quase que ao
essencial, tudo para focar no mais importante – a música.
Aos 86 anos, impressiona que Bennett ainda tenha a mesma voz e
vigor de anos atrás.
O show apontou, mais uma vez, que a boa voz tem componente hereditário.
Sua filha, Antonia Bennett, que abriu o show e também fez um dueto com
o pai, surpreendeu e fez uma ótima apresentação.
A banda que toca com ele também é notável, e ganha bastante destaque
durante a apresentação.
Nos momentos de brilhantismo de alguns deles, como do ótimo pianista
LeeMusiker, o crooner lhes cede os holofotes.
E os pezinhos da plateia não deixam mentir que eles também lhes divertem.
A Via Funchal vai fechar neste mês, e deixará saudade.
Quando a casa se for, não haverá mais locais em São Paulo com mesmo
porte
e qualidade em que possam se apresentar nomes como ele. Bennett
e sua arte também vão deixar saudade.
Mas, antes, tomara que ele ainda tenha energia para vir novamente ao Brasil.


Osmeri e Arley Mazzuia
01-12-2112
Via Funchal - SP